A Internet trouxe à tona o melhor e o pior do ser humano, mas ao lado
de inofensivos clubes de cavalheiros que gostam de se vestir de látex
enquanto são chicoteados por damas de salto alto, apareceram todas as
parafilias e perversões e safardanagens possíveis.
Governos, grupos conservadores e gente idosa (acima de 25 anos)
em geral, todos correram para culpar a Internet, mas essas
safardanagens já existiam. O acesso só foi facilitado. O que não deixa
de ser ruim, principalmente no caso da pornografia infantil,
principalmente por sua banalização. Adolescentes trocam fotos sem ligar
muito, a cultura do “choque” faz com que provocar uma reação seja mais
importante do que o conteúdo em si, vide o caso Violentacrez no Reddit.
Agora o Google lançou um projeto que promete remover da Internet as
imagens pornográficas envolvendo menores. Há alguns problemas nessa
proposta. O maior é que no fundo é varrer para debaixo do tapete. Os
abusos não deixam de ser cometidos, só deixam de ser divulgados. É como
aplicar a ordem bíblica de que se a mulher for estuprada e não gritar,
deve ser morta (Dt 22:22). e entender que sem denúncia não há o crime.
O projeto do Google na verdade é pior que isso. Pretendem criar um bando de dados mundial (arrisco batizar de Pedonet)
de imagens e vídeos, alimentado por provedores e órgãos de segurança.
Essas imagens seriam hasheadas, o que facilitaria a consulta. Assim cada
vez que alguém subisse uma foto pro Flickr, por exemplo, uma consulta
seria feita e se fosse reconhecida como infanto-pornográfica, seria
rejeitada.
A idéia é boa mas só funciona se todos os provedores envolvidos
aderirem ao projeto. Pior: Ignora a existência da Deep Web, FTPs
privados, redes de fóruns e vários outros serviços que independem do
Google e de provedores de imagens. Pombas, é só zipar a imagem e pronto,
problema resolvido.
FINGIR que um problema não existe, enterrando a cabeça na areia não é
uma boa estratégia, mas por outro lado, vai evitar que clientes do
Google vejam sem-querer imagens desagradáveis, e isso que importa, não?
via: meiobit /Fonte: BI.
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