O que acontecerá quando não for mais possível miniaturizar os
componentes que constituem os processadores ou ter o silício como
matéria-prima? Este cenário nebuloso, que é tido como o fim do que
conhecemos como “Lei de Moore”, permeia também a mente de pesquisadores
da IBM, razão qual a empresa anunciou investimentos na casa dos US$ 3
bilhões para tentar encontrar respostas.
A Lei de Moore é assim chamada porque foi definida pelo engenheiro
Gordon Earl Moore, ninguém menos que um dos fundadores da Intel. Em
1965, a Electronics Magazine publicou um artigo de sua autoria que virou
uma espécie de “profecia”.
No texto, Moore diz que a quantidade de transistores que podem ser
colocados nos chips aumentaria 100% a cada período de 18 a 24 meses sem
elevar o tamanho do dispositivo e os custos de produção.
É provável que Gordon Moore não tenha tencionado definir os rumos do
mercado com esta previsão, mas o fato é que a sua “profecia” tem
correspondido à realidade até os dias de hoje, com uma variação ou
outra, é óbvio. Não é por menos que a sua declaração acabou sendo
chamada de “Lei de Moore”.
O problema é que esta “profecia” não tem efeito infinito: chegará um
momento em que será fisicamente inviável – quando não impossível –
miniaturizar os componentes dos chips, assim como continuar utilizando o
silício como matéria-prima.
Pode parecer uma previsão exagerada, mas como explica o
vice-presidente de sistemas e tecnologia da IBM Tom Rosamilia, os
benefícios da miniaturização cairão significativamente quando os
processadores estiverem próximo da casa dos 7 nanômetros: nesta
condição, os chips poderão ter problemas com emissão de calor ou
apresentar instabilidade, por exemplo.
A IBM pretende investir pelo menos US$ 3 bilhões durante os próximos
anos para se antecipar em relação ao caminho que a indústria irá seguir
em um futuro relativamente próximo. Parte deste dinheiro será destinada
ao desenvolvimento de chips de 7 nanômetros, que serão tão pequenos que
poderão equipar um leque maior de equipamentos compactos ou mesmo
motivar novos tipos de produtos.
Em uma etapa posterior, o foco estará em tecnologias sucessoras. Há
várias possibilidades à vista, no entanto, nenhuma parece ter mais
potencial que a outra: computação quântica, nanotubos de carbono e até
novas formas de processamento, como uma que a IBM chama de chips
“neurosinápticos” que, de certa forma, trabalhariam de maneira
semelhante ao cérebro.
É claro que a IBM não está se guiando por mera curiosidade. Há quem
cogite que a empresa fez este anúncio como que para dizer a acionistas
que a companhia continua – ou buscar estar – na vanguarda da tecnologia.
Mas, é mais provável que a empresa esteja interessada em colher os
frutos de ser uma das principais referências do mercado na era
pós-silício, o que se mostra mais plausível se considerarmos as demais
pesquisas que a IBM vem fazendo em áreas relacionadas, incluindo aí
nanotecnologia e grafeno.
Com informações: ExtremeTech /tecnoblog
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